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05) MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS - RCP:


INTRODUÇÃO: A ressuscitação cardio-respiratória (RCR) é um conjunto de medidas utilizadas no atendimento à vítima de parada cardío-respiratória (PCR). O atendimento correto exige desde o início, na grande maioria dos casos, o emprego de técnicas adequadas para o suporte das funções respiratória se circulatórias. A RCR é uma técnica de grande emergência e muita utilidade.Qualquer interferência ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida. A aplicação imediata das medidas de RCR é uma das atividades que exige conhecimento e sua execução deve ser feita com calma e disposição. A probabilidade de execução da atividade de RCR é bem pequena, porém se a ocasião aparecer, ela pode representar a diferença entre a vida e a morte para o acidentado. Podemos definir parada cardíaca como sendo a interrupção repentina da função de bombeamento cardíaco, que pode ser constatada pela falta de batimentos do acidentado (ao encostar o ouvido na região anterior do tórax do acidentado), pulso ausente (não se consegue palpar o pulso) e ainda quando houver dilatação das pupilas (menina dos olhos),e que, pode ser revertida com intervenção rápida, mas que causa morte se não for tratada. Chamamos de parada respiratória o cessamento total da respiração,devido à falta de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue. PRINCIPAIS CAUSAS: A parada cardíaca e a parada respiratória podem ocorrer por diversos fatores, atuando de modo isolado ou associado. Em determinadas circunstâncias, não é possível estabelecer com segurança qual ou quais os agentes que as produziram. Podem ser divididas em dois grupos, e a importância desta classificação é que a conduta de quem está socorrendo varia de acordo com a causa.· PRIMARIAS: A parada cardíaca se deve a um problema do próprio coração,causando uma arritmia cardíaca, geralmente a fibrilação ventricular. A causa principal é a isquemia cardíaca (chegada de quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração). São as principais causas de paradas cardíacas em adultos que não foram vítimas de traumatismos.· SECUNDARIAS: A disfunção do coração é causada por problema respiratório ou por uma causa externa. São as principais causas de parada cardiorrespiratória em vítimas de traumatismos.a) Oxigenação deficiente: Obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares. b) Transporte inadequado de oxigênio: hemorragia grave, estado de choque, intoxicação por monóxido de carbono. c) Ação de fatores externos sobre o coração: drogas e descargas elétricas. No ambiente de trabalho deve-se dedicar especial atenção a trabalhos com substâncias químicas, tais como o monóxido de carbono, defensivos agrícolas, especialmente os organofosforados, e trabalhos em eletricidade,embora o infarto do miocárdio ou um acidente grave possa ocorrer nas mais variadas situações, inclusive no trajeto residência-trabalho-residência,ou mesmo dormindo. A rápida identificação da parada cardíaca e da parada respiratória é essencial para o salvamento de uma vida potencialmente em perigo. Uma parada respiratória não resolvida leva o acidentado à parada cardíaca devido a hipóxia (falta de ar) cerebral e do miocárdio.Se o coração para primeiro, as complicações serão maiores, pois achegada de oxigênio ao cérebro estará instantaneamente comprometida: Os músculos respiratórios perdem rapidamente a eficiência funcional;ocorre imediata parada respiratória podendo ocorrer lesão cerebral irreversível e morte. IDENTIFICAÇÃO DE PCR: A parada cardiorrespiratória é o exemplo mais expressivo de uma emergência médica. Somente uma grande hemorragia externa e o edema agudo de pulmão devem merecer a primeira atenção antes da parada cardíaca. A identificação e os primeiros atendimentos devem ser iniciados dentro de um período de no máximo 4 minutos a partir da ocorrência,pois os centros vitais do sistema nervoso ainda continuam em atividade. A partir deste tempo, como já vimos, as possibilidades de recuperação tornam-se escassas. A eficácia da reanimação em caso de parada cardíaca está na dependência do tempo em que for iniciado o processo de reanimação, pois embora grande parte do organismo permaneça biologicamente vivo, durante algum tempo, em tais condições, modificações irreversíveis podem ocorrer no cérebro, em nível celular. Se a PCR for precedida de déficit de oxigenação, este tempo é ainda menor.A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos órgãos. Após alguns minutos as células mais sensíveis começam a morrer. Os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão cerebral irreversível ocorre geralmente após quatro a seis minutos(morte cerebral). Os acidentados submetidos a baixas temperaturas(hipotermia) podem suportar períodos mais longos sem oxigênio, pois o consumo de oxigênio pelo cérebro diminui. No atendimento de primeiros socorros, durante a aproximação,devemos observar elementos como imobilidade, palidez e os seguintes sinais que identificarão efetivamente uma parada cardiorrespiratória, a fim de iniciarmos o processo de ressuscitação, do qual dependerá a reabilitação ou não do acidentado. Ao iniciar o atendimento devemos verificar o nível de consciência, tentando observar as respostas do acidentado aos estímulos verbais: "Você está bem?". Se o acidentado não responder, comunicar imediatamente ao atendimento especializado. Posicionar o acidentado em decúbito dorsal, sobre superfície plana e rígida. Os seguintes elementos deverão ser observados para a determinação de PCR:· Ausência de pulso numa grande artéria (por exemplo: carótida). Esta ausência representa o sinal mais importante de PCR e determinará o início imediato das manobras de ressuscitação cardiorrespiratório.· Apneia ou respiração arquejante. Na maioria dos casos a apneia ocorre cerca de 30 segundos após a parada cardíaca; é, portanto, um sinal relativamente precoce, embora, em algumas situações, fracas respirações espontâneas, durante um minuto ou mais, continuem a ser observada após o início da PC. Nestes casos, é claro, o sinal não tem valor.·Espasmo (contração súbita e violenta) da laringe.·Cianose (coloração arroxeada da pele e lábios).·Inconsciência. Toda vítima em PCR está inconsciente, mas várias outras emergências podem se associar à inconsciência. É um achado inespecífico, porém sensível, pois toda vítima em PCR está inconsciente.· Dilatação das pupilas, que começam a se dilatar após 45 segundos de interrupção de fluxo de sangue para o cérebro. A midríase geralmente se completa depois de 1 minuto e 45 segundos de PC, mas se apresentar em outras situações. Deste modo, não utilizar a midríase para diagnóstico da PCR ou para definir que a vítima está com lesão cerebral irreversível. A persistência da midríase com a RCR é sinal de mau prognóstico. É um sinal bastante tardio e não se deve esperar por ele para início das manobras de RCR. Assim, o deslocamento da mandíbula, a extensão da cabeça e a abertura da boca são manobras que permitem a obtenção de uma via supraglótica, sem a necessidade de qualquer equipamento. Além disso,pode ser preciso a limpeza manual imediata da via aérea para remover material estranho ou secreções presentes na orofaringe. Usar os próprios dedos protegidos com lenço ou compressa. Duas manobras principais são recomendadas para a desobstrução manual das vias aéreas: a) Manobra dos Dedos Cruzados Pressionar o dedo indicador contra os dentes superiores e polegar -cruzado sobre o indicador - contra os dentes inferiores b) Manobra de Levantamento da Língua / Mandíbula Deve ser feita com o acidentado relaxado. Introduzir o polegar dentro da boca e garganta do acidentado. Com a ponta do polegar, levantara base da língua. Com os dedos segurar a mandíbula ao nível do queixo e trazê-la para frente. Outra forma prática de desobstruir as vias aéreas é o uso de pancadas e golpes que são dados no dorso do acidentado em sucessão rápida. As pancadas são fortes e devem ser aplicadas com a mão em concha entre as escápulas da vítima. A técnica deve ser feita com o paciente sentado, deitado ou em pé. Algumas vezes a simples execução de certas manobras é suficiente para tornar permeáveis as vias aéreas, prevenir ou mesmo tratar uma parada respiratória, especialmente se a PR, é devida a asfixia por obstrução e esta é removida de imediato. Em muitos casos, porém, torna-se necessário a ventilação artificial. SUPORTE RESPIRATÓRIO: A ventilação artificial é indicada nos casos de as vias aéreas estar empermeáveis e na ausência de movimento respiratório. Os músculos de uma pessoa inconsciente estão completamente relaxados. A língua retrocederá e obstruirá a garganta. Para eliminar esta obstrução, fazer o que foi descrito anteriormente. Constatada a permeabilidade das vias aéreas e a ausência demovimento respiratório, passar imediatamente à aplicação da respiração boca a boca. Lembrar de que quando encontrarmos um acidentado inconsciente,não tentar reanimá-lo sacudindo-o e gritando. RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA: Universalmente a ventilação artificial sem auxílio de equipamentos provou que a respiração boca a boca é a técnica mais eficaz na ressuscitação de vítimas de parada cardíorespiratória. Esta manobra é melhor que as técnicas de pressão nas costas ou no tórax, ou o levantamento dos braços; na maioria dos casos, essas manobras não conseguem ventilar adequadamente os pulmões. O ar exalado de quem está socorrendo contém cerca de 18% de oxigênio e é considerado um gás adequado para a ressuscitação desde que os pulmões da vítima estejam normais e que se use cerca de duas vezes os volumes correntes normais. Para iniciar a respiração boca a boca e promover a ressuscitação cardío-respiratória, deve-se obedecer a seguinte seqüência:·Deitar o acidentado de costas.· Desobstruir as vias aéreas. Remover prótese dentária (caso haja),limpar sangue ou vômito.· Pôr uma das mãos sob a nuca do acidentado e a outra mão na testa.· Inclinar a cabeça do acidentado para trás ate que o queixo fique em um nível superior ao do nariz, de forma que a língua não impeça a passagem de ar, mantendo-a nesta posição.· Fechar bem as narinas do acidentado, usando os dedos polegar e indicador, utilizando a mão que foi colocada anteriormente na testa do acidentado.· Inspirar profundamente.· Colocar a boca com firmeza sobre a boca do acidentado, vedando-a totalmente (Figura 6).· Soprar vigorosamente para dentro da boca do acidentado, até notar que seu peito está levantando. ·Fazer leve compressão na região do estômago do acidentado, para que o ar seja expelido.· Inspirar profundamente outra vez e continuar o procedimento na forma descrita, repetindo o movimento tantas vezes quanto necessário(cerca de 15 vezes por minuto) até que o acidentado possa receber assistência médica. Se a respiração do acidentado não tiver sido restabelecida após as tentativas dessa manobra, ela poderá vir a ter parada cardíaca, tornando necessária a aplicação de massagem cardíaca externa. 2. Método Holger - Nielsen ·Deitar o acidentado de bruços com uma das mãos sobre a outra,embaixo da cabeça.· Virar a cabeça do acidentado de lado, deixando livres a boca e o nariz.·Ajoelhar em frente à cabeça do acidentado e segurar cada um dos braços do mesmo, logo acima dos cotovelos.· Levantar os braços do acidentado até sentir resistência.·Baixar os braços do acidentado.· Colocar imediatamente, as palmas das mãos abertas sobre as costas do acidentado (um pouco acima das axilas).· Inclinar para frente o seu próprio corpo sem dobrar os cotovelos e fazer pressão sobre as costas do acidentado, mantendo seus braços sobre elas, mais ou menos na vertical.· Prosseguir ritmadamente, repetindo os movimentos descritos no item anterior, cerca de 10 vezes por minuto. OBSERVAÇÃO: a) Para calcular a duração de cada tempo, contar baixo e sem pressa. b) Assim que começar a respiração artificial, pedir a outra pessoa para desapertar a roupa do acidentado, principalmente no peito e pescoço. 3. Método Sylvester Também aplicado quando não puder ser feito o método boca a boca.· Colocar o acidentado deitado com o rosto para cima e pôr algo por baixo dos seus ombros, para que ele fique com a cabeça inclinada para trás.· Ajoelhar de frente para o acidentado e pôr a cabeça dele entre seus joelhos.· Segurar os braços do acidentado pelos pulsos, cruzando-os e comprimindo-os contra o peito dela.· Segurar os braços do acidentado primeiro para cima, depois paraos lados e a seguir para trás, em movimentos sucessivos. Massagem Cardíaca Externa ou Compressão Torácica. É o método efetivo de ressuscitação cardíaca que consiste em aplicações rítmicas de pressão sobre o terço inferior do esterno. O aumento generalizado da pressão no interior do tórax e a compressão do coração fazem com que o sangue circule. Mesmo com a aplicação perfeita das técnicas a quantidade de sangue que circula está entre 10% a 30% do normal. Para realizar a massagem cardíaca externa deve-se posicionar a vítima em decúbito dorsal como já citado anteriormente.Posicionar ajoelhado, ao lado do acidentado e num plano superior,de modo que possa executar a manobra com os braços em extensão. Em seguida apoiar as mãos uma sobre a outra, na metade inferior do esterno, evitando fazê-lo sobre o apêndice xifoide, pois isso tornaria a manobra inoperante e machucaria as vísceras. Não se deve permitir que o resto da mão se apoie na parede torácica. A compressão deve ser feita sobre a metade inferior do esterno, porque essa é a parte que está mais próxima do coração. Com os braços em hiper-extensão, aproveite o peso do seu próprio corpo para aplicar a compressão, tornando-a mais eficaz e menos cansativa do que se utilizada a força dos braços. Aplicar pressão suficiente para baixar o esterno de 3,8 a 5 centímetros para um adulto normal e mantê-lo assim por cerca de meio segundo. O ideal é verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um pulso carotídeo palpável Com isso se obtém uma pressão arterial média e um contorno de onda de pulso próximo do normal. Em seguida remover subitamente a compressão que, junto com apressão negativa, provoca o retorno de sangue ao coração. Isso sem retiraras mãos do tórax da vítima, garantindo assim que não seja perdida aposição correta das mãos. As compressões torácicas e a respiração artificial devem ser combinadas para que a ressuscitação cardiorespiratória seja eficaz. A relação ventilações/compressões varia com a idade do acidentado e como número de pessoas que estão fazendo o atendimento emergencial. A freqüência das compressões torácicas deve ser mantida em 80 a 100 por minuto. Com a pausa que é efetuada para ventilação, a freqüência real de compressões cai para 60 por minuto. A aplicação da massagem cardíaca externa pode trazer conseqüências graves, muitas vezes fatais. Podemos citar dentre elas,fraturas de costelas e do esterno, separação condrocostal, ruptura de vísceras, contusão miocárdica e ruptura ventricular. Essas complicações,no entanto, poderão ser evitadas se a massagem for realizada com a técnica correta. É, portanto, muito importante que nos preocupemos com a correta posição das mãos e a quantidade de força que deve ser aplicada.A massagem cardíaca externa deve ser aplicada em combinação coma respiração boca a boca. O ideal é conseguir alguém que ajude para que as manobras não sofram interrupções devido ao cansaço. É absolutamente contra indicado cessar as massagens por rum tempo superior a alguns segundos, pois a corrente sanguínea produzida pela compressão externa é inferior à normal, representando apenas de 40 a 50% da circulação normal. Portanto, qualquer interrupção maior no processo diminuirá a afluência de sangue no organismo. No caso de duas pessoas estarem socorrendo, a pessoa que se encarrega da respiração boca a boca poderá controlar a pulsação carotídea. Convém lembrar que o pulso palpado durante a massagem cardíaca externa não é suficiente para indicar uma circulação eficaz. A sensação de pulso pode ser devida à transmissão da compressão pelos tecidos moles. A manutenção ou aparecimento da respiração espontânea durante a massagem cardíaca externa, associada ou não à respiração boca a boca, é o melhor indício de ressuscitação cardíorespiratória satisfatória. Não se deve desanimar em obter a recuperação da respiração e dos batimentos cardíacos do acidentado. É preciso mandar que procurem socorro médico especializado com a maior urgência. É preciso ter paciência, calma e disposição. Qualquer interrupção na tentativa de ressuscitação da vítima até a chegada de socorro especializado implicará fatalmente em morte. Reavaliação ·Verificar pulso carotídeo após um minuto de ressuscitação cardíorespiratória e depois a cada três minutos.· Se pulso presente, verificar presença de respiração eficaz.-Respiração presente: manter a vítima sob observação.- Respiração ausente: continuar os procedimentos de respiração artificial e contatar com urgência o atendimento especializado.· Se o pulso ausente, iniciar RCR pelas compressões torácicas. VERIFICANDO DIÂMETRO DAS PUPILAS: Erros Comuns na Execução da Ressuscitação cardío-respiratória ·Posição incorreta das mãos.· Profundidade de compressões inadequada· Incapacidade de manter um selamento adequado ao redor do nariz e da boca durante a ventilação.· Dobrar os cotovelos ou joelhos durante as compressões levando ao cansaço.· Ventilações com muita força e rapidez levando à distensão do estômago.· Incapacidade de manter as vias aéreas abertas.·Não ativação rápida do atendimento especializado


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